terça-feira, 2 de dezembro de 2008

A imersão chega ao fim ou apenas se inicia?

Neste post vou fazer uma pequena avaliação da minha atuação durante o semestre.
Não queria ter que recorrer a desculpa da falta de tempo para condenar minha dedicação, mas realmente não há outra solução.


No início do semestre consegui ler todos os textos e pude constatar minha paixão pelo tema mídia. Foi muito bom ter contato com Marilena Chauí, Naomi Klein, Zygmunt Bauman, entre outrs.
O tempo todo da minha imersão procurei fazer o link das questões levantads em aula e das teorias de autores renomados com o meu dia-a-dia no trabalho. Não sei se este era o caminho certo, mas era isto que eu almejava.

Realmente não termino o curso com conclusões, pois acredito que, o fato de ter contato com diversos autores mostrou que nem grandes estudiosos chegam a um consenso. Isso me conforta e me inquieta.

Questionamentos como:
O que eu aprendi?
Como posso usar isso no meu trabalho?
Tomam conta do meu pensamento.
Talvez isso seja causa da sociedade racional em que estou inserida, que tem dificuldade de aceitar uma realidade dialética.

Bem, encerro meu último post com uma palavra que explica um pouco da minha sensação:
Talvez...
Talvez um talvez seja mais enriquecedor que um portanto.
Talvez...


Ah, e para responder a pergunta, isso foi apenas o início de uma imersão...




E assim foi...

Como já citei no post anterior, quando escolhi cursar Mídia e Poder era para entender mais dessa relação. Ao longo do curso foi essencial entender a história, a evolução e saber o que grandes autores pensam.

Ter contato com a história, assistir a apresentação de trabalhos de outros grupos e participar de um grupo foi muito importante para conseguir fazer um link do todo com a atualidade, o que era um dos meus objetivos.

Um dos pontos que mais me marcou foi compreender o papel da nova mídia inserida nas grandes corporações, na cultura McWord.

Apesar de todo aprendizado, não significa que encontrei respostas para todas as minhas perguntas. Termino esse semestre com mais questionamentos do que comecei, porém, com mais consciência de que os profissionais de comunicação devem cada vez mais discutir sobre o papel da mídia não para encontrar respostas exatas e prontas mas para saber qual caminho seguir.

Uma reflexão sobre mídia e poder

Quando eu optei por cursar a matéria Mídia e Poder era porque eu estava muito interessada em obter conhecimentos mais profundos dessa relação dependente e cada vez mais presente entre a mídia e o poder.


Como não sou jornalista, ao longo do curso tive a oportunidade de aprender e constatar muitos fatos dessa área. É evidente que, cada vez mais, a sociedade do espetáculo cresce e atinge todos os setores. O que vale hoje é o sensacionalismo, é o leilão de qual meio, qual canal chama mais a atenção para conseguir mais espectadores.


Nesse cenário, a agenda setting se instala e todos passam a discutir o que está em pauta, o que é notícia. Marilena Chauí disse e eu concordo que a mídia infantiliza o ser, principalmente no Brasil, onde os espectadores são bombardeados o tempo todo por “shows”, casos nada educacionais, que servem somente para entretenimento e, por isso, casos de polícia se tornam um espetáculo de circo no qual as forças de sedução passam a ser o foco principal.


Não quero deixar somente uma visão negativa e maquiavélica da mídia, porém, como profissional da área de comunicação, penso que é necessário que todos sempre estejam atentos a essa relação de mídia e de poder. Claro que não se pode esquecer o lado “bom” da mídia, ela é uma forma de contar a história e, teoricamente, seria apenas um meio, um instrumento a ser usado; mas, como todos os instrumentos, é importante saber quem faz o uso.

domingo, 30 de novembro de 2008

O espetáculo da vida


Cada vez mais o espetáculo da vida ocupa espaço nos meios de comunicação. E, o que é real e o que é "novela" se confunde, se mistura e, muitas vezes se torna uma coisa só. Os atores, atrizes e outros tantos coadjuvantes fazem de tudo para aparecer na mídia, para conseguirem um espaço e mostrar o "show do eu".
Porém, após conseguirem seu espaço, usando de seus talentos, a privacidade é esquecida, é comprometida e o espetáculo da vida vem à tona. A vida particular torna-se mais interessante do que suas atuações e, diante dessa situação, muitos perdem o controle, o ator Fábio Assunção é um exemplo claro disso.

O inferno astral de Fábio Assunção começou às vésperas de uma telenovela que ia ter o nome de Juízo Final, hoje, A Favorita. E, na qual, caberia a ele o papel de um deliquente irrecuperável (o Dodi, feito por Murilo Benício). Passou por mau momento numa delegacia de polícia em São Paulo ao ser flagrado, no seu flat, com um traficante de drogas. Não era enredo de ficção não, era a verdade nua e crua.

Aparentemente, a própria família de Fábio fez a denúncia, na presunção caridosa de que, eliminando-se a causa, eliminava-se o efeito. O ator tentou a volta por cima em Negócios da China, mas o ser humano por trás da máscara sucumbiu.

Esta é a história, sobre a qual, com aquele sadismo paradoxal de voyeur e de moralista, têm desaguado páginas longas e cavilosas. A agonia pública de um astro com carisma é de fato uma tristeza, mas a gente acredita que é mais solidário, até mesmo generoso investigar o fenômeno.

A TV é o holofote sob o qual querem se aninhar todos os ansiosos da fama. Fábio Assunção, celebridade relutante, sempre trafegou na contramão. Mas não é só a TV que chama hoje a atenção. A hiper-histeria midiática multiplica-se em todos os meios de comunicação, é o "show do eu". Show abastecido hoje por uma miríade de blogs, fotologs, pelo youtube, pelo facebook, pelo fascínio editorial e autovisual das biografias, sem falar no exibicionismo selvagem dos reality shows e de certos talk shows.

A intimidade, que o desafortunado Fábio Assunção tanto procurou resguardar, sobe ao ofertório da banalização. O espírito do folhetim prevalece. Os amigos, muy amigos, amplificam, em supostas manifestações piedosas, os suspiros de dramalhão. Os falsos agentes da moral caem de cacetada. Bom menino, mocinho virtuoso, protagonista (quase sempre) dos bons sentimentos, Fábio Assunção desabou sob o peso da demanda midiática de servir de exemplo e espelho. Não será o primeiro nem o único herói problemático a sucumbir, num descuido muito sintomático, à tentação de provar do lado podre da maçã.

Ante ao deleite deletério dos que hoje fazem da vida o despudor virtual de um videogame, no qual cabe tudo, menos o recato e o anonimato.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Você corre pra quê? É pra baixar o seu tempo ou baixar o stress?


Na aula do dia 24/11, discutimos um pouco sobre rotina, tempo, Carpe Diem, velocidade da informação...E, quando vi um anúncio da revista Runner´s não pude deixar de lembrar dessa aula. O título do anúncio é: Você corre pra quê? É pra baixar o seu tempo ou baixar o stress?

Quando vi achei que fosse algo que tratasse de stress, enfim,, alguma receita para aproveitar mais o tempo, mas não, se tratava de um anúncio de uma revista voltada para esportes.

É impressionante como as mídias conversam entre si e todas focam na mesma necessidade do ser humano atual. A corrida contra o tempo, a busca pelo Carpe Diem, o aproveitar melhor o seu dia no meio de uma rotina super corrida.

É aí que se encaixa a hipertrofia do olhar = atrofia do olhar, cada vez mais perdemos a capacidade de ver, pois estamos sempre imersos em nossos compromissos intranferíveis e é aí que o "ser diferente" faz a diferença, pois o que importa é chamar a atenção.

Deixo aqui somente esta reflexão, pois não podia deixar passar em branco este anúncio tão interessante e que pega no ponto fraco do ser humano atual: o famoso stress causado pela rotina.

Até onde as novas mídias alcançarão?


O Youtube nasceu há apenas 3 anos e meio e, nesse curto período virou uma fonte de inovação na publicidade e no marketing. Comprado pelo Google em 2006 por 1,65 bilhão de dólares, o Youtube recebe 300 milhões de visitas por mês e, por ano, o site exibe 4,2 bilhões de vídeos. Os números de audiência são grandiosos, mas os resultados nem tanto. O portal deve faturar em 2008, algo em torno de 200 e 250 milhões de dólares, uma pequena fração dos cerca de mais de 15 milhões de dólares que o Google deve faturar.


Mas a fase dos vídeos online, marcada por grandes volumes e pouco dinheiro, está ficando para trás. Depois de assistir a dolorosa transição das gravadoras para o mundo digital, estúdios de cinema e emissoras de televisão testam fórmulas para colocar seus conteúdos na rede de forma segura e rentável.


O site americano Hulu é um dos melhores exemplos de que chegou a vez do conteúdo "profissional" na internet. O portal ainda é limitado aos EUA e reúne trechos de episódios de seriados famosos por lá; o usuário acessa de graça mais de 900 vídeos e, em alguns casos, logo no dia seguinte da exibição do programa na TV.


Os anúncios que passam no portal não irritam o receptor em virtude da política de colocar até um quarto do volume de publicidade tradicional da TV no site.


É visível que os limites entre TV e internet estão cada vez mais estreitos e isso inclui também a qualidade das imagens. Novas tecnologias têm contribuído para essa experiência. O Hulu tem uma galeria com conteúdo em alta definição que permite que o usuário conecte o PC ao televisor e assista aos programas acomodados no sofá.


Busquei por esses dados em revistas e na internet após ouvir falar do Hulu. É impressionante como o espectador (receptor) tem cada vez mais poder, não só de participar e ser emissor, como em sites colaborativos, exemplo, o Youtube, mas também tem o poder de mudar a história, o trajeto das novas e velhas mídias.


Na minha opinião as novas mídias são as que cada vez mais atendem as necessidades e desejos desse novo consumidor/receptor e a tendência é que isso se intensifique cada vez mais, como nos exemplos citados acima, da TV digital, quando o receptor pode assistir aquilo que ele quer, no horário em que ele quer.


Inserida nessa rotina corrida, onde tanta coisa é vista, mas pouca coisa é enxergada, a nova mídia encontrará cada vez mais espaço para crescer e, na minha opinião, mudará a relação dos usuários com a internet e também com a experiência da TV.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

A Batalha por Cidadão Kane

Na última segunda-feira, dia 17/11, o grupo que eu faço parte nas aulas da pós graduação apresentou o trabalho sobre o filme Cidadão Kane (motivo pelo qual tratei do tema em outras postagens).
Para ficar mais fácil a apresentação e entendimento do filme, o assunto foi dividido e o foco não foi somente no filme, mas sim em todas as outras mídias que trataram do mesmo na época e na atualidade.

O Filme “Cidadão Kane” é inspirado na polêmica carreira de William Randolph Hearst, um dos maiores comunicadores dos Estados Unidos e do mundo que dominou Hollywood no início do século 20.
Como homem mais poderoso de Hollywood e apoiado pelo chefão da MGM, ao descobrir que um jovem diretor de 25 anos tinha feito um filme inspirado em sua vida, Hearst tentou comprar e queimar todas as cópias do filme. Esse episódio gerou o famoso escândalo jornalístico “A Batalha por Cidadão Kane”. O filme quase foi destruído antes que o público pudesse vê-lo, pode-se dizer Hearst venceu parcialmente a briga na época: “Cidadão Kane” foi um fracasso de público;

William Randolph Hearst
Século 19: Hearst transformou a publicação de jornais, foi fundador do jornalismo sensacionalista norte-americano, a chamada "yellow press" ou imprensa marrom.- Usava de fotografias, desenhos mórbidos e manipulava a informação, exemplo disso foi em uma guerra política, quando seu artista Frederic Remington chegou a Cuba, em 1897 para cobrir uma aguardada guerra entre Espanha e EUA, e viu que não havia guerra nenhuma, pediu permissão para voltar e dizem que Hearst lhe respondeu: “Arranje as imagens que eu arranjo a guerra”. Hearst foi pioneiro em cutucar a linha tênue que separa a realidade da ilusão, tornou-se um dos homens mais ricos dos EUA, criando um império de jornais, revistas, rádios, filmes, enfim, controlava as mídias em geral. The Examiner era o jornal impresso mais famoso que inventava, caluniava, manipulava e distorcia informações e notícias. Na época de sua morte, o império de Hearts englobava 38 diários e revistas, assim como a agência de notícias International News Service, transformada no maior consórcio de imprensa dos Estados Unidos.