terça-feira, 2 de dezembro de 2008

A imersão chega ao fim ou apenas se inicia?

Neste post vou fazer uma pequena avaliação da minha atuação durante o semestre.
Não queria ter que recorrer a desculpa da falta de tempo para condenar minha dedicação, mas realmente não há outra solução.


No início do semestre consegui ler todos os textos e pude constatar minha paixão pelo tema mídia. Foi muito bom ter contato com Marilena Chauí, Naomi Klein, Zygmunt Bauman, entre outrs.
O tempo todo da minha imersão procurei fazer o link das questões levantads em aula e das teorias de autores renomados com o meu dia-a-dia no trabalho. Não sei se este era o caminho certo, mas era isto que eu almejava.

Realmente não termino o curso com conclusões, pois acredito que, o fato de ter contato com diversos autores mostrou que nem grandes estudiosos chegam a um consenso. Isso me conforta e me inquieta.

Questionamentos como:
O que eu aprendi?
Como posso usar isso no meu trabalho?
Tomam conta do meu pensamento.
Talvez isso seja causa da sociedade racional em que estou inserida, que tem dificuldade de aceitar uma realidade dialética.

Bem, encerro meu último post com uma palavra que explica um pouco da minha sensação:
Talvez...
Talvez um talvez seja mais enriquecedor que um portanto.
Talvez...


Ah, e para responder a pergunta, isso foi apenas o início de uma imersão...




E assim foi...

Como já citei no post anterior, quando escolhi cursar Mídia e Poder era para entender mais dessa relação. Ao longo do curso foi essencial entender a história, a evolução e saber o que grandes autores pensam.

Ter contato com a história, assistir a apresentação de trabalhos de outros grupos e participar de um grupo foi muito importante para conseguir fazer um link do todo com a atualidade, o que era um dos meus objetivos.

Um dos pontos que mais me marcou foi compreender o papel da nova mídia inserida nas grandes corporações, na cultura McWord.

Apesar de todo aprendizado, não significa que encontrei respostas para todas as minhas perguntas. Termino esse semestre com mais questionamentos do que comecei, porém, com mais consciência de que os profissionais de comunicação devem cada vez mais discutir sobre o papel da mídia não para encontrar respostas exatas e prontas mas para saber qual caminho seguir.

Uma reflexão sobre mídia e poder

Quando eu optei por cursar a matéria Mídia e Poder era porque eu estava muito interessada em obter conhecimentos mais profundos dessa relação dependente e cada vez mais presente entre a mídia e o poder.


Como não sou jornalista, ao longo do curso tive a oportunidade de aprender e constatar muitos fatos dessa área. É evidente que, cada vez mais, a sociedade do espetáculo cresce e atinge todos os setores. O que vale hoje é o sensacionalismo, é o leilão de qual meio, qual canal chama mais a atenção para conseguir mais espectadores.


Nesse cenário, a agenda setting se instala e todos passam a discutir o que está em pauta, o que é notícia. Marilena Chauí disse e eu concordo que a mídia infantiliza o ser, principalmente no Brasil, onde os espectadores são bombardeados o tempo todo por “shows”, casos nada educacionais, que servem somente para entretenimento e, por isso, casos de polícia se tornam um espetáculo de circo no qual as forças de sedução passam a ser o foco principal.


Não quero deixar somente uma visão negativa e maquiavélica da mídia, porém, como profissional da área de comunicação, penso que é necessário que todos sempre estejam atentos a essa relação de mídia e de poder. Claro que não se pode esquecer o lado “bom” da mídia, ela é uma forma de contar a história e, teoricamente, seria apenas um meio, um instrumento a ser usado; mas, como todos os instrumentos, é importante saber quem faz o uso.

domingo, 30 de novembro de 2008

O espetáculo da vida


Cada vez mais o espetáculo da vida ocupa espaço nos meios de comunicação. E, o que é real e o que é "novela" se confunde, se mistura e, muitas vezes se torna uma coisa só. Os atores, atrizes e outros tantos coadjuvantes fazem de tudo para aparecer na mídia, para conseguirem um espaço e mostrar o "show do eu".
Porém, após conseguirem seu espaço, usando de seus talentos, a privacidade é esquecida, é comprometida e o espetáculo da vida vem à tona. A vida particular torna-se mais interessante do que suas atuações e, diante dessa situação, muitos perdem o controle, o ator Fábio Assunção é um exemplo claro disso.

O inferno astral de Fábio Assunção começou às vésperas de uma telenovela que ia ter o nome de Juízo Final, hoje, A Favorita. E, na qual, caberia a ele o papel de um deliquente irrecuperável (o Dodi, feito por Murilo Benício). Passou por mau momento numa delegacia de polícia em São Paulo ao ser flagrado, no seu flat, com um traficante de drogas. Não era enredo de ficção não, era a verdade nua e crua.

Aparentemente, a própria família de Fábio fez a denúncia, na presunção caridosa de que, eliminando-se a causa, eliminava-se o efeito. O ator tentou a volta por cima em Negócios da China, mas o ser humano por trás da máscara sucumbiu.

Esta é a história, sobre a qual, com aquele sadismo paradoxal de voyeur e de moralista, têm desaguado páginas longas e cavilosas. A agonia pública de um astro com carisma é de fato uma tristeza, mas a gente acredita que é mais solidário, até mesmo generoso investigar o fenômeno.

A TV é o holofote sob o qual querem se aninhar todos os ansiosos da fama. Fábio Assunção, celebridade relutante, sempre trafegou na contramão. Mas não é só a TV que chama hoje a atenção. A hiper-histeria midiática multiplica-se em todos os meios de comunicação, é o "show do eu". Show abastecido hoje por uma miríade de blogs, fotologs, pelo youtube, pelo facebook, pelo fascínio editorial e autovisual das biografias, sem falar no exibicionismo selvagem dos reality shows e de certos talk shows.

A intimidade, que o desafortunado Fábio Assunção tanto procurou resguardar, sobe ao ofertório da banalização. O espírito do folhetim prevalece. Os amigos, muy amigos, amplificam, em supostas manifestações piedosas, os suspiros de dramalhão. Os falsos agentes da moral caem de cacetada. Bom menino, mocinho virtuoso, protagonista (quase sempre) dos bons sentimentos, Fábio Assunção desabou sob o peso da demanda midiática de servir de exemplo e espelho. Não será o primeiro nem o único herói problemático a sucumbir, num descuido muito sintomático, à tentação de provar do lado podre da maçã.

Ante ao deleite deletério dos que hoje fazem da vida o despudor virtual de um videogame, no qual cabe tudo, menos o recato e o anonimato.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Você corre pra quê? É pra baixar o seu tempo ou baixar o stress?


Na aula do dia 24/11, discutimos um pouco sobre rotina, tempo, Carpe Diem, velocidade da informação...E, quando vi um anúncio da revista Runner´s não pude deixar de lembrar dessa aula. O título do anúncio é: Você corre pra quê? É pra baixar o seu tempo ou baixar o stress?

Quando vi achei que fosse algo que tratasse de stress, enfim,, alguma receita para aproveitar mais o tempo, mas não, se tratava de um anúncio de uma revista voltada para esportes.

É impressionante como as mídias conversam entre si e todas focam na mesma necessidade do ser humano atual. A corrida contra o tempo, a busca pelo Carpe Diem, o aproveitar melhor o seu dia no meio de uma rotina super corrida.

É aí que se encaixa a hipertrofia do olhar = atrofia do olhar, cada vez mais perdemos a capacidade de ver, pois estamos sempre imersos em nossos compromissos intranferíveis e é aí que o "ser diferente" faz a diferença, pois o que importa é chamar a atenção.

Deixo aqui somente esta reflexão, pois não podia deixar passar em branco este anúncio tão interessante e que pega no ponto fraco do ser humano atual: o famoso stress causado pela rotina.

Até onde as novas mídias alcançarão?


O Youtube nasceu há apenas 3 anos e meio e, nesse curto período virou uma fonte de inovação na publicidade e no marketing. Comprado pelo Google em 2006 por 1,65 bilhão de dólares, o Youtube recebe 300 milhões de visitas por mês e, por ano, o site exibe 4,2 bilhões de vídeos. Os números de audiência são grandiosos, mas os resultados nem tanto. O portal deve faturar em 2008, algo em torno de 200 e 250 milhões de dólares, uma pequena fração dos cerca de mais de 15 milhões de dólares que o Google deve faturar.


Mas a fase dos vídeos online, marcada por grandes volumes e pouco dinheiro, está ficando para trás. Depois de assistir a dolorosa transição das gravadoras para o mundo digital, estúdios de cinema e emissoras de televisão testam fórmulas para colocar seus conteúdos na rede de forma segura e rentável.


O site americano Hulu é um dos melhores exemplos de que chegou a vez do conteúdo "profissional" na internet. O portal ainda é limitado aos EUA e reúne trechos de episódios de seriados famosos por lá; o usuário acessa de graça mais de 900 vídeos e, em alguns casos, logo no dia seguinte da exibição do programa na TV.


Os anúncios que passam no portal não irritam o receptor em virtude da política de colocar até um quarto do volume de publicidade tradicional da TV no site.


É visível que os limites entre TV e internet estão cada vez mais estreitos e isso inclui também a qualidade das imagens. Novas tecnologias têm contribuído para essa experiência. O Hulu tem uma galeria com conteúdo em alta definição que permite que o usuário conecte o PC ao televisor e assista aos programas acomodados no sofá.


Busquei por esses dados em revistas e na internet após ouvir falar do Hulu. É impressionante como o espectador (receptor) tem cada vez mais poder, não só de participar e ser emissor, como em sites colaborativos, exemplo, o Youtube, mas também tem o poder de mudar a história, o trajeto das novas e velhas mídias.


Na minha opinião as novas mídias são as que cada vez mais atendem as necessidades e desejos desse novo consumidor/receptor e a tendência é que isso se intensifique cada vez mais, como nos exemplos citados acima, da TV digital, quando o receptor pode assistir aquilo que ele quer, no horário em que ele quer.


Inserida nessa rotina corrida, onde tanta coisa é vista, mas pouca coisa é enxergada, a nova mídia encontrará cada vez mais espaço para crescer e, na minha opinião, mudará a relação dos usuários com a internet e também com a experiência da TV.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

A Batalha por Cidadão Kane

Na última segunda-feira, dia 17/11, o grupo que eu faço parte nas aulas da pós graduação apresentou o trabalho sobre o filme Cidadão Kane (motivo pelo qual tratei do tema em outras postagens).
Para ficar mais fácil a apresentação e entendimento do filme, o assunto foi dividido e o foco não foi somente no filme, mas sim em todas as outras mídias que trataram do mesmo na época e na atualidade.

O Filme “Cidadão Kane” é inspirado na polêmica carreira de William Randolph Hearst, um dos maiores comunicadores dos Estados Unidos e do mundo que dominou Hollywood no início do século 20.
Como homem mais poderoso de Hollywood e apoiado pelo chefão da MGM, ao descobrir que um jovem diretor de 25 anos tinha feito um filme inspirado em sua vida, Hearst tentou comprar e queimar todas as cópias do filme. Esse episódio gerou o famoso escândalo jornalístico “A Batalha por Cidadão Kane”. O filme quase foi destruído antes que o público pudesse vê-lo, pode-se dizer Hearst venceu parcialmente a briga na época: “Cidadão Kane” foi um fracasso de público;

William Randolph Hearst
Século 19: Hearst transformou a publicação de jornais, foi fundador do jornalismo sensacionalista norte-americano, a chamada "yellow press" ou imprensa marrom.- Usava de fotografias, desenhos mórbidos e manipulava a informação, exemplo disso foi em uma guerra política, quando seu artista Frederic Remington chegou a Cuba, em 1897 para cobrir uma aguardada guerra entre Espanha e EUA, e viu que não havia guerra nenhuma, pediu permissão para voltar e dizem que Hearst lhe respondeu: “Arranje as imagens que eu arranjo a guerra”. Hearst foi pioneiro em cutucar a linha tênue que separa a realidade da ilusão, tornou-se um dos homens mais ricos dos EUA, criando um império de jornais, revistas, rádios, filmes, enfim, controlava as mídias em geral. The Examiner era o jornal impresso mais famoso que inventava, caluniava, manipulava e distorcia informações e notícias. Na época de sua morte, o império de Hearts englobava 38 diários e revistas, assim como a agência de notícias International News Service, transformada no maior consórcio de imprensa dos Estados Unidos.

sábado, 8 de novembro de 2008

A importância da marca

Na edição 930 da Revista Exame foi publicada uma matéria com Jez Frampton, o presidente da consultoria Interbrand, especializada em avaliações de marca. Achei interessante a comparação que ele faz entre marcas e uma citação do Goethe e resolvi postá-la, fazendo uma paradoxo com a importância da comunicação para "proteger" uma marca.
Segue abaixo a fala de Frampton:

"...a marinha inglesa, na época a mais poderosa do mundo, costumava colocar um fio vermelo na urdidura de todas as cordas usadas em seus navios, com o objetivo de identificá-las como propriedade da Coroa Britânica. O fio era impossível de ser removido da corda sem que fosse necessário desmanchá-la completamente."

"A marca é como o fio vermeio. Ela permeia todo o negócio, torna-se um poderoso instrumento econômico capaz de gerar valor para a companhia e é impossível ser separada do todo".

É incrível como algo intangível tem tanto valor em uma corporação, e isso fica mais visível ainda em tempos de crise, pois é nesse período que uma marca se mostra determinante, já que funciona como uma referência para os consumidores que estão cercados de incertezas.

Porém acredito que quanto maior uma empresa, mais difícil é "blindá-la" contra agressões à marca, manchas na reputação e distorções da imagem, é cada vez mais necessário envolver todos os stakeholders nessa tarefa e é aí que entra a comunicação como ferramenta estratégica.

Quanto maior e mais sofisticada a empresa mais a função da comunicação se torna multidisciplinar, porque o responsável pela comunicação já nao responde apenas por bens e serviços, mas lida com o simbólico, com o intengível.

São por essas reflexões que, como relações públicas, me empenho na busca pela excelência na comunicação, pois estou inserida no contexto onde uma marca vale cada vez mais.

domingo, 26 de outubro de 2008

Cidadão Kane - Ousado, inovador e profundo

Com pouco mais de 20 anos, Orson Welles dirigiu, produziu e roteirizou uma das maiores obras-primas da história do cinema. É complexo falar de Cidadão Kane; é complexo assisti-lo; é complexo entender sua importância.
É impossível falar do filme sem levar em conta a época que fora realizado. Se ainda hoje tem impacto e denuncia toda a sujeira por trás do sistema jornalístico mundial, imagine o apocalipse que causou na década de 40, tradicionalista e cheia de regras de conduta? Um personagem sujo, egoísta, egocêntrico, no meio de tantos galãs? Uma guerra começando e a denúncia ali, na tela? Era muito para as pessoas. Diversas abandonavam as salas de cinema revoltadas, e o filme foi muito mal em diversas críticas.

Ele começa com uma cena curiosa. Um castelo, que em breve sabemos que se chama Xanadu, com uma placa de “afaste-se” pendurada na grade e uma câmera que vai passeando por ele até uma janela. Até aí nada demais, quem está acostumado com uma certa linguagem no cinema, mas teve um significado muito maior na época. Depois a cena transição para dentro do castelo, outro recurso técnico inovador, vemos uma pessoa segurando uma bola dizendo “Rosebud”. Logo depois, ele a solta, entra uma enfermeira na sala e vemos que o homem está morto.

Tem-se início um documentário. Com ele descobrimos que quem acabara de morrer é ninguém mais ninguém menos que Charles Foster Kane, um dos homens mais importantes da época. O documentário tem duração de mais ou menos 10 minutos e mostra tudo resumidamente o que será aprofundado pelas próximas duas horas de Cidadão Kane. A partir daí, vemos quem está realizando o tal documentário, e que o mesmo não está satisfeito com o resultado provisório apresentado. Na tentativa de tornar o conteúdo mais interessante, ele coloca seus jornalistas atrás da resposta sobre uma questão que será a espinha dorsal do filme: o que diabos significaria “Rosebud”, a última palavra proferida pelo gigante Kane?

O interessante é que a descoberta do que seria “Rosebud” acaba se tornando um plano de fundo para descobrirmos o quão longe um ser humano pode chegar. Não é o verdadeiro foco do filme, e sim o trabalho sobre o personagem Kane. que não era o grande galã que as pessoas estavam acostumadas a ver nas telas da época. Isso causou um repúdio ao personagem, O filme foi vaiado pelos poucos espectadores que não saíam do cinema ao final. O enredo, fazendo fortes críticas ao sistema jornalístico da época, é assinado por Herman J. Mankiewicz e o próprio Welles. Ousado, inovador, profundo, faturou o Oscar da categoria (mesmo com toda essa explosiva energia contra o filme, que das oito indicações, só ficou com essa).

Quem foi George Orson Welles?


Órfão aos quinze anos, após a morte do seu pai (sua mãe morreu quando ainda tinha 9 anos), George Orson Welles começou a estudar pintura em 1931 primeira arte em que se envolveu. Adolescente, não via interesse nos estudos e em pouco tempo passou a atuar. Tal paixão o levou a criar sua própria companhia de teatro em 1937. Em 1938, Orson Welles produziu uma transmissão radiofônica intitulada A Guerra dos Mundos, adaptação da obra homônima de Herbert George Wells e que ficou famosa mundialmente por provocar pânico nos ouvintes, que imaginavam estar enfrentando uma invasão de extraterrestres. Um Exército que ninguém via, mas que, de acordo com a dramatização radiofónica, em tom jornalístico, acabara de desembarcar no nosso planeta. O sucesso da transmissão foi tão grande que no dia seguinte todos queriam saber quem era o responsável pela tal "pegadinha". A fama do jovem Welles começava.

Citizen Kane
Sua estréia no cinema, em filmes de longa metragem, ocorreu em
1941 com Citizen Kane (Em Portugal, "O Mundo a seus Pés"; no Brasil, "Cidadão Kane"), considerado pela crítica como um dos melhores filmes de todos os tempos e o mais importante dirigido por Welles.
Os elogios a Citizen Kane
originaram por três motivos:

Inovação
Welles inovou a estética do cinema com técnicas até então raríssimas nas produções cinematográficas. Algumas delas são:
Angulações de câmera (Uso de Plongée e Contra Plongée).
Exploração do campo (campo e contra-campo).
Narrativa (narrativa não linear).
Edição/Montagem (muito sofisticada para e época de sua realização, devido a não linearidade da narrativa).

Coragem
Orson Welles retratou em "Citizen Kane" a vida e a decadência de um magnata da comunicação norte-americana. Logo, sua coragem de realizar esta obra prima acabou resultando no fechamento de muitas portas.

Dinamismo
Foi diretor, co-roteirista, produtor e ator em "Citizen Kane". O que é surpreendente, pois no cinema o acúmulo de funções acaba influenciando de maneira negativa no resultado final. Mas no caso de Welles surgiu uma obra completamente à frente do seu tempo.

Um desserviço da mídia


Há mais ou menos um mês, li uma matéria na Revista Carta Capital que não saiu mais da minha cabeça. Em um primeiro momento decidi que não ia escrever nada, mas agora mudei de idéia.

Todos nós sabemos sobre a influência da força dos laboratórios farmacêuticos sobre a mídia; não são poucas as reportagens preparadas para o lançamento de uma determinada medicação e, em alguns casos, é nítida a associação do conteúdo da matéria publicada com o conteúdo de marketing do fabricante da droga. O erro mais comum nessas publicações é o uso do nome comercial da droga ao invés do nome genérico e a omissão do laboratório que financiou o estudo.

Baseado nesta evidência, foi realizado uma pesquisa no Harward Medical School, em Massachusetts com as cinco mais importantes revistas científicas dos EUA, entre abril de 2004 e abril de 2008.
Nesse período foram encontrados 358 artigos sobre medicamentos patrocinados por laboratórios, desses somente 117 se estenderam para a mídia não especializada, o que resultou, no total de 306 artigos leigos. Desses 306, 42% não citaram que o fabricante patrocinara a pesquisa e quase 90% só traziam o nome comercial da droga.

Diante dessa informação eu fiquei estarrecida não pela evidência que ela trata, mais sim pelos dados mostrados de forma escancarada. Onde iremos parar? Qual será o limite entre publicidade e notícia? Ou então, há limite entre publicidade e notícia?

Um questionamento mais específico. Será o remédio um produto como qualquer outro para usufruir da propaganda?

Não escrevo para defender os genéricos, mas sim pela busca da veracidade e transparência na informação.
Enfim, tenha muito cuidado com tudo o que você lê.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

O meu parecer sobre a veracidade e a velocidade

Com o surgimento e advento da internet, foi necessária uma adaptação de como divulgar uma notícia.
Estudos confirmam e eu, como usuária da internet também concordo, que não há uma regra, um hábito dos leitores de matérias na internet. As notícias são escolhidas aleatoriamente e, normalmente são mais lidas aquelas com mais destaque, com mais imagens e as mais atuais.
O consenso está no fato de todos buscarem por sites “confiáveis”. E é nesse aspecto que entra um ponto de discussão. O jornalismo online, muitas vezes produzido em tempo real, não se preocupa em aprofundar uma informação, a velocidade é transformada em fetiche, para “encantar” e “fantasiar” o leitor, tudo pode virar nota e ser transmitido o mais rápido possível.
A preocupação está em vender a notícia como uma mercadoria, fazer o possível para que ela tenha o maior número de acessos; isso faz com que muitas vezes a notícia fique incompleta, já que em várias ocasiões ela não é checada com profundidade.
Eu, como usuária e, como profissional de comunicação, não critico ou acho ruim o fato de as notícias serem publicadas a todo instante, em “tempo real” mas, penso assim, levando em consideração o fato de que a internet possibilita a atualização constante, no momento desejado, assim pode ser acrescentado mais dados em uma notícia sempre que necessário . Como já citei no início, acredito que esse novo “modelo” foi criado e adaptado para atender às exigências de leitores em geral que querem e sentem a necessidade de estarem informados e atualizados o tempo todo. A minha crítica fica para os sites sensacionalistas, que ao buscarem chamar a atenção dos leitores apelam para tudo, inclusive para informações não verídicas.

domingo, 21 de setembro de 2008

Valocidade X Veracidade da informação




Depois de algumas aulas de discussões e alguns brainstorms, o nosso grupo - Cidadão Kane - optou por aboradar no seminário o tema "Velocidade X Veracidade da informação".
Apesar de parecer um assunto já bastante debatido, para mim será um grande desafio e também um grande aprendizado.
Quero entender com profundidade essa fase das novas mídias, na qual de receptor posso me tornar também emissor e até que ponto, esse privilégio é realmente visto como tal.
Acho sim que com o avanço da tecnologia a população em geral só tem ganhado, já que ela encontra novas formas de se expressar, de se manisfestar e, muitas vezes até me iludo ao ler frases do tipo:


Está aqui posto um ponto de vista interessante que faz da tecnologia um elemento importante nos processos de transformação social, reivindicando, para a mesma, um papel ativo e transformador. É de fato pelo efeito da multiplicação de vozes e das linguagens permitidas pela difusão da mídia que se realiza um desprendimento da realidade e uma discussão do sentido objetivo e unitário da história - Revista da ESPM, volume 15, ano 14, edição nº 3.


Concordo que a população, antes mais distanciada, hoje é mais próxima devido às novas tecnologias e mídias e dispõe de mais informações, fato esse comprovado com a pouca quantidade de lares no mundo sem televisão. O território passa a ser distribuído em rede o que desenvolve uma nova interação, na qual localidade e situações sociais são redefinidas tecnologicamente. A relação entre sujeito e território passa a ser construída e manipulada através de interfaces e tecnologias digitais.
Porém, após a ilusão sempre me questiono se realmente esses pontos são vantagens na vida da população e se realmente estamos usando nosso papel de "sujeito"... Ainda concordo com Benjamim Barber que estamos fartos de pseudoprodutos culturais, como exemplos: O Rei Leão, Jurassic Park e Titanic que, além de filmes, são verdadeiras máquinas de comercializar alimentos, músicas, roupas e brinquedos...
Não radicalizo nem generalizo, mesmo porque estou inserida neste contexto e muitas vezes não sei como usar minha função de transformadora da realidade. Apenas expus meu triste ponto de vista.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

A imersão...

Este blog foi criado com o objetivo de ser uma das formas de avaliação da matéria Mídia e Poder, da Pós Graduação Latu Sensu, da Faculdade Cásper Líbero, ministrada pelo professor Dimas Kunsch.
A princípio confesso que não fiquei muito feliz com a possibilidade de eu ter que criar e manter um blog com o tema mídia, mas agora que já estou "imersa" no assunto, posso digerir mais facilmente esta idéia.
Penso que é válido começar explicando o porquê deste nome, imersão em mídia.
Quando optei por cursar a matéria Mídia e Poder, o objetivo era retomar um pouco das matérias essenciais vistas na graduação e entender de uma maneira mais engajada o mundo corporativo no qual fui parar. E assim está acontecendo.
É muito engraçado comprovar que quando estou no meio de uma situação não consigo enxergar muita coisa e, principalmente de maneira crítica. Somente com 1 mês de aula pude reafirmar ainda mais isto e foi daí que surgiu a idéia de dar este nome ao blog, pois é assim que tenho me sentido.
Trabalho na área de comunicação e isso me traz muita felicidade, mas agora, lendo textos, conhecendo novas teorias e buscando novos conhcimentos, me sinto ainda mais imersa neste mundo maravilhoso e misterioso,
Tenho respirado, sonhado e pensado em comunicação e mídia o tempo todo e isso só tem me agregado valor.

Não tenho qualquer intenção em criticar teorias e fazer disso um ponto de discórdia, por isso optei em escrever em primeira pessoa e assim será em todos os meus posts, minha única intenção é expressar meus pensamentos e a minha experiência como um ser humano imerso em mídias.

Sílvia Helena do Amaral